História contada por um professor (melhor professor) do curso técnico em segurança do trabalho.
“Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente. Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal.
Figuras como o Ronaldo. Eu conheço o Ronaldo desde os tempos do Salesiano.
Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Gustavo, que era um gênio. Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Gustavo, porque o Gustavo fazia tudo sozinho. Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho.
Já o Ronaldo, nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Gustavo.
Qualquer coisa que o Gostavo precisasse, o Ronaldo já estava providenciando, antes que o Gustavo concluísse a frase.
Deu no que deu... O Gustavo se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou meio na carona do cara - que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas.
No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Gustavo de referencia para os estudantes isso que enobrece esta instituição de ensino'.
E o Ronaldo ali, na terceira fila, só aplaudindo. Dez anos depois, o Gustavo era a estrela da área de planejamento de uma multinacional offshore.
Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos.
E quem era o chefe do Gustavo?
O Ronaldo. E como é que o Ronaldo tinha conseguido chegar àquela posição?
Ninguém na empresa sabia explicar direito.
O Ronaldo vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação.
Além disso, o Ronaldo continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava.
Alguém tinha um problema?
Era só falar com o Ronaldo que o Ronaldo dava um jeito.
Meu último contato com o Ronaldo foi há uns Três anos.
E eu perguntei ao Ronaldo qual era a função dele.
Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta.
O Ronaldo apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que.
Foi quando, na Macae Offshore de 2010, eu conheci o Vice-Presidente de Recursos Humanos da empresa do Ronaldo.
E ele me contou que o Ronaldo tinha uma habilidade de valor inestimável : ...ele entendia de gente!
Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos.
E, para me explicar o Ronaldo, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima:
'Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo'.
Essa era a habilidade aparentemente simples que o Ronaldo tinha, de facilitar as relações entre as pessoas.
Perto do Ronaldo, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio.
Essa era a principal competência dele.”
Aline Marques
Sócia Diretora - ODC Logística & Transporte
http://www.odclogistica.com/
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